"Foi o maior amor que já senti na vida. Lembro até hoje de uma sensação muito absurda
da época: todas as vezes que o metrô parava na estação próxima ao cortiço em que ela
morava, eu sentia uma bola de fogo tão grande no peito que eu pedia a Deus:
“Não me deixe morrer antes de vê-la só mais uma vez."
Já tive aos montes pessoas que não compensam esquentando a cadeira ao lado do cinema,
o banco ao lado do carro e o travesseiro extra da cama. E nem por um minuto senti meu
peito aquecido. A gente até engana os outros de que é feliz, mas por dentro a solidão só
aumenta. Estar com alguém errado é lembrar em dobro a falta que faz alguém certo.
Eu vou continuar vendo você em todos esses crápulas que fingem ser você para vulgarizar
o meu amor. Eu vou continuar cheirando você em todos esses suores fugazes que me
querem num conto pequeno. Eu vou continuar lendo nossa história sem fim em contos
pequenos. O meu amor acaba por todos, a minha espera cansa por todos, a minha raiva
ameniza por todos, mas a minha fé por você cresce a cada dia.
Eu tenho medo da força absurda que eu sinto sem você, de como eu tenho muito mais
certeza de mim sem você, de como eu posso ser até mais feliz sem você. Pra não pensar
na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, charmes,
possibilidades, livros, músicas, descobertas solitárias e momentos introspectivos
andando ao Sol. E todo esse resto de coisas deixa ao pouco de ser resto,passa a ser
minha vida,passa a enterrar você cuidadosamente.
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